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Análise à comparação da aglomeração entre 3 países

Par   •  4 Juin 2018  •  3 901 Mots (16 Pages)  •  522 Vues

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É importante referir que, no conhecimento do autor, este é o primeiro estudo que se foca numa comparação internacional utilizando dados microeconómicos como base para resultados empíricos.

O artigo procura responder à questão: é a aglomeração um fenómeno global e, se sim, quais são os fatores determinantes e são esses constantes em todos os países?

Baseia-se para isso na teoria da localização, mais concretamente em estudos realizados por diversos investigadores que identificam diferentes padrões de aglomeração e os seus possíveis determinantes.

Esses estudos e pressupostos são, de seguida, ligados à comparação concreta dos três países; comparação essa feita com recurso aos resultados observados empiricamente fruto da utilização do índice de Ellision e Glaeser e dos determinantes de aglomeração.

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Desenvolvimento

Teoria Económica

A análise micro-económica tem como base as chamadas externalidades de Marshall. Estas externalidades procuram explicar o porquê de se verificar aglomeração ao nível de cidades ou clusters industriais.

Estas externalidades são normalmente divididas em aglomerações económicas devido a interações do mercado de trabalho, interações entre input-output ou spilover de conhecimento.

Estas externalidades foram divididas por Duranton (2004) em três categorias principais: mecanismos de partilha, mecanismos de correspondência e mecanismos de aprendizagem. Esta divisão é, na opinião do autor, mias acertada no que toca à análise micro-económica.

Mecanismos de partilha

A aglomeração é, por vezes, a única solução para a disponibilização ou acesso a bens mistos. O seu custo marginal é mais alto que a sua utilidade marginal para um indivíduo, mas já compensa quando se tem em conta um conjunto de indivíduos.

Em termos industriais esta externalidade pode ocorrer fruto de parcerias de exploração de certas atividades e até mesmo um mercado comum de maneira a reduzir custos fixos e de transporte. Por exemplo, certos stands de automóveis de luxo criam joint-ventures para criar um espaço suficiente grande para todos os automóveis de todos os stands para que o stock total seja maior e assim atrair mais clientes. De uma só vez, ocorre partilha de um bem misto (demasiado caro para uma empresa, mas acessível a um conjunto de empresas) e partilha de mercado.

A partilha tem outra vantagem para as empresas produtoras finais: a possível utilização de uma maior variedade de inputs (fornecedores) que leva a um aumento da capacidade negocial, concorrência e eficiência.

A esta vantagem está também ligado o aparecimento de economias de escala, já que os rendimentos são constantes à escala mas os custos são decrescentes (fruto da produtividade marginal crescente dos trabalhadores utilizados na produção dos inputs e da concorrência entre a mão-de-obra).

Adam Smith (1776) é da opinião que a externalidade ocorre não porque um maior número de trabalhadores tem mais produtividade, mas sim porque esses trabalhadores eram capazes de se especializar, aumentando a eficiência e eficácia de uma determinada atividade da linha de produção.

Pode também ocorrer partilha do risco. É o chamado labour-pooling: à aglomeração de uma indústria costuma ocorrer uma aglomeração de mão-de-obra especializada relativamente próxima. Atualmente este pooling leva a aglomerações compostas por diferentes setores porque assim a mão-de-obra é mais resistente ao desemprego (se ocorrer um choque num setor específico, os outros não são afetados devido à baixa correlação). Por outro lado, a transferência entre setores acarreta um custo maior do que uma transferência dentro do mesmo setors. Tendo isto em conta tem de haver um equilíbrio entre o número de setores e o número de empresas dentro de cada setor.

Mecanismos de correspondência

A qualidade da correspondência entre dois agentes é maior porque, como há mais agentes económicos no mercado devido à aglomeração, a probabilidade dos agentes económicos encontrar exatamente o que querem é maior e ao mesmo tempo aumenta a qualidade esperada de cada correspondência.

Devido as estas melhorias no processo de correspondência entre agentes económicos podemos dizer que há um aumento de eficiência e uma diminuição do desemprego.

Outra externalidade da aglomeração é a capacidade de mitigar, até certo ponto, problemas entre dois agentes económicos. Isto é possível devido à acrescida concorrência e elevado número de agentes.

Mecanismos de aprendizagem

O processo de aprendizagem é, na maior parte das vezes, um processo de cooperação entre várias empresas e até setores, sendo a aglomeração um catalisador das interações entre os diferentes intervenientes.

Existem dois diferentes tipos de aglomeração quando se tem por base a evolução da vida de uma empresa. Numa primeira fase embrionária, a empresa ainda precisa de definir e afinar determinados passos do seu processo produtivo, administrativo, etc.. Nesta fase a empresa situa-se num cluster multisetorial, já que está à procura de conhecimento abrangente a diferentes áreas. Quando chega a uma fase madura, já tendo os processos definidos, a empresa deve-se transferir para um cluster mais específico e centralizado na sua atividade já que será aí que poderá continuar a afinar as componentes que a compõem.

Outra parte do processo de aprendizagem é a transferência de conhecimento e informação entre os agentes económicos, aumentando o conhecimento geral do cluster, o que leva a possíveis aumentos de eficiência e eficácia. Por outro lado, se a informação partilhada não estiver correta as decisões tomadas podem ser as erradas.

O que acontece é que ninguém quer ser o primeiro a investir ou a tomar determinada decisão. Se a primeira empresa tomar a decisão e essa decisão estiver errada mas ninguém souber, pode levar a que outras empresas a sigam e façam o mesmo erro. O outro lado da moeda é a vantagem de tomar a decisão só depois de analisarmos as ações dos outros agentes e os seus resultados e agir com base nessa informação.

Por último, a aglomeração pode levar a uma acumulação de conhecimento – uma espécie de monopólio - dentro dos clusters. Certos centros empresariais podem armazenar

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